Preso na cascata
um instante:
o verão
Frescura:
os pés no muro
ao dormir a sesta
Com relutância
emerge e abelha
do coração da peónia
Visto à luz do sol
é apenas mais um insecto
o pirilampo
Narciso e biombo
um o outro ilumina
branco no branco
Silêncio:
as cigarras escutam
o canto entre as rochas
Sensação de vazio
Ao despedir-me colhi
uma espiga de trigo
As cigarras cantam
sem saberem que é a morte
que as escuta
Ervas do estio
Eis o resta
do sonho dos guerreiros
No pôr do sol
entre as papoilas brancas
as faces curtidas dos pescadores
de Matsuo Bashô
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